Em 1837, sob a chancela da Sociedade Propagadora dos Conhecimentos Úteis, surgiu O Panorama: jornal literário e instrutivo que se publicou aos sábados. Inicialmente dedicado às matérias graves — coisa natural na Europa culta —, incluindo a polémica política, rapidamente as trocará por uma espécie de instrução mais útil, deleitosa e acessível, tendo como público-alvo o homem comum. Teve grande impacto em Lisboa, sendo também distribuído pela província, ilhas, Brasil, Bélgica, Espanha, França e Inglaterra. Alexandre Herculano ocupou-se da redacção deste jornal até Julho de 1839 (voltará em Janeiro de 1843), mas O Panorama contou com a colaboração de outros intelectuais da época, como António Feliciano de Castilho, Henriques Nogueira, Silvestre Pinheiro Ferreira, entre outros, e com os melhores desenhadores e gravadores nacionais. As duas primeiras séries, as mais conhecidas, ficam agora disponíveis na Hemeroteca Digital, aqui. Consulte-as e fique por dentro do quadro mental português da primeira metade do século XIX. Para saber mais sobre este jornal leia aqui a sua ficha histórica. Em 2009 digitalizaremos e disponibilizaremos em linha o resto da colecção.

 

CENTENÁRIO DA MORTE DE TRINDADE COELHO (1908-2008)

Comemora-se desde Agosto o Centenário da Morte de Trindade Coelho, figura de vulto, e multifacetada, da cultura e das letras portuguesas. Escritor, jornalista e jurisconsulto, Trindade Coelho nasceu no concelho de Mogadouro, a 18 de Junho de 1861, e viria a falecer em Lisboa, a 9 de Agosto de 1908. Dada a relação do homenageado com a cidade de Lisboa (plasmada, por exemplo, no Largo Trindade Coelho), a CML, através da Direcção Municipal de Cultura, em parceria com outras entidades, vai assinalar esta efeméride com a realização de um programa de actividades culturais e educativas. Para o início de Setembro, destacamos a seguinte iniciativa:

Mostra Bibliográfica

Trindade Coelho: Obra Jornalística na Colecção da Hemeroteca. Mostra bibliográfica que visa evidenciar o que mais marca a produção jornalística do escritor e jurisconsulto, isto é, a sua diversidade e o seu envolvimento com temas ou assuntos que lhe servem de matéria-prima. Inclui, entre outro documentos, as “Cartas Alentejanas” publicadas no Diário Ilustrado, crónicas de Trindade Coelho publicadas na Revista Ilustrada e no Branco e Negro, contos editados em diversos jornais e revistas, textos jornalísticos sobre a sua actividade como político e jurisconsulto, e o impacto da morte de Trindade Coelho na imprensa da época.

Inauguração: 1 de Setembro. Em exibição até 14 de Outubro.

Local: Átrio e Escadaria da Hemeroteca

Emmérico Nunes na colecção da Hemeroteca de Lisboa : obra gráfica : catálogo